
ITINERÁRIO 1
UM FRESCO DA OCUPAÇÃO ROMANA A SUL
Um conjunto significativo de vestígios, dispersos por todo o território, comprovam a passagem e a fixação dos romanos no Torrão. A importância desta Vila no período romano advém sobretudo da sua localização estratégica; ligando importantes centros urbanos romanos [Olisipo (Lisboa) - Salacia (Álcácer do Sal) - Ebora (Évora); Ebora - Pax Julia (Beja)], fazendo naturalmente parte das principais rotas comerciais a Sul.
Neste itinerário pelo “Torrão Romano”, o visitante é levado a descobrir as origens desta vila alentejana, compreendendo de que forma os vestígios materiais dessa época se associam às principais actividades comerciais do Torrão, ainda nos nossos dias. Deixe-se surpreender pelas mais recentes descobertas arqueológicas no Torrão, nesta viagem no tempo, ao ar livre e sem pressas.
Veja abaixo o descritivo dos pontos a visitar e conheça as experiências adicionais.
Informações úteis
Duração: 1/2 dia
Distância total: 8 km
Modo de locomoção recomendado: de carro
Idade recomendada: Todas as idades
Dificuldade do Percurso: Fácil
1. Estação Arqueológica de Fonte Santa
Comece por visitar a Estação Arqueológica de Fonte Santa, bem no centro da Vila. Durante as escavações arqueológicas efectuadas com a construção do novo Centro Escolar da Vila do Torrão, entre 2009 e 2010, foram colocados a decoberto um conjunto de tanques, de formato rectangular e quadrangular com dimensões variáveis, bem como parte de um antigo mosaico romano. Apenas parcialmente visível, este mosaico apresenta uma banda de perfil geométrico a preto e branco, integrável em cronologia do século I d.C.
É de salientar a descoberta no local de três enterramentos no interior de um dos tanques, numa prática bastante comum de reaproveitamento destes espaços aquando da sua inutilização. A hipótese interpretativa colocada aponta para a existência na Vila do Torrão de um complexo termal, associado a uma villa romana com uma ocupação entre os séculos I e V d.C.
Para marcação de visita, contacte: 265 669 203
2. Museu Etnográfico do Torrão
Visite o Museu Etnográfico do Torrão, criado com o objectivo de sensibilizar e promover o património cultural do Torrão, sobretudo associado às suas tradições e principais actividades económicas e culturais. Este espaço museológico, integrado num antigo lagar de azeite, cujo espaço expositivo aborda o Ciclo do Pão, guarda também alguns dos principais vestígios materiais da passagem romana pela Vila, descobertos ao longo de vários séculos.
Horário de funcionamento: De terça a sexta-feira e no 1º e 3º sábados do mês: 9h00-13h00 / 14h00-17h00
3. Calçadinha Romana
Faça uma paragem na Calçadinha Romana, situada a cerca de 1km a Norte da Vila do Torrão. Corresponde ao troço de uma antiga via romana. Bem conservado, este troço de calçada romana, com cerca de 400 metros de comprimento, foi construído com recurso a pedra da região.
Está orientada N/S, fazendo parte da estrada que ligava Pax Iulia (Beja) a Ebora (Évora). Esta via foi aberta em base nivelada, sobre terra batida coberta por camada de pedra talhada e apresenta a particularidade de inclinação lateral para escoamento de águas. O seu percurso é quase retilíneo, sendo delimitada por seixos grandes colocados em paralelo ao longo da calçada.
4. Ponte Romana
Siga até à Ponte Romana, construída sobre o Rio Xarrama, conhecida na Vila do Torrão como Ponte da Calçadinha Romana. Hoje muito transformada, esta ponte terá origem romana, e segundo André de Resende, terá sido construída no século V d.C., com o objectivo de facilitar o acesso até à cidade de Pax Iulia (Beja).
5. Ermida de São João dos Azinhais
Por último, siga de carro até à Ermida de São João dos Azinhais, um tesouro em ruínas, a cerca de 7 km do centro da Vila. Segundo André de Resende, esta Ermida terá sido construída sobre as fundações de um antigo Templo Romano dedicado a Júpiter. Pensa-se que esse templo terá sido destruído pela própria população, revoltada com a perda de dois irmãos, Justo e Pastor, crianças mortas pelas tropas romanas. Precisamente neste local, foi construída uma Igreja, terminada no século 8 d.C.
Segundo as memórias orais dos habitantes foi junto a esta ermida que D. Afonso Henriques acampou com o seu exército, antes de reconquistar Beja, em 1159.
Em avançado estado de ruínas, junto às margens da Barragem de Vale do Gaio, este templo apresenta ainda belíssimas pinturas murais e merece uma visita, com tempo, e quem sabe um pic-nic com produtos regionais enquanto se aprecia a paisagem envolvente.